A primavera é uma estação encantadora, marcada pelo colorido das flores e pelo clima mais ameno. Contudo, para muitas pessoas, essa beleza toda vem acompanhada de um incômodo frequente: a conjuntivite alérgica. Com o aumento da quantidade de pólen no ar, além de ácaros e poeira, os olhos se tornam alvos fáceis para as alergias sazonais.
Neste texto, vamos nos aprofundar no tema para que você entenda o que acontece com os seus olhos, saiba como diferenciar de outros tipos de conjuntivite e, principalmente, conheça a forma correta de tratar e aliviar os sintomas.
Alergia ocular: Por que isso acontece?
A conjuntivite alérgica é uma reação exagerada do sistema imunológico a uma substância inofensiva, chamada de alérgeno. Quando os olhos entram em contato com pólen, por exemplo, o organismo identifica erroneamente essa partícula como uma ameaça.
É aí que entra a histamina, o principal agente químico por trás dos sintomas. Ela é liberada pelas células de defesa na conjuntiva (a fina membrana que recobre a parte branca do olho e a interna das pálpebras), causando os desconfortáveis sintomas que você já conhece:
- Vasodilatação: Leva à vermelhidão.
- Aumento da permeabilidade vascular: Causa o inchaço (edema) e a coceira intensa.
- Estimulação das glândulas lacrimais: Resulta no lacrimejamento excessivo.
Ou seja, todos esses sintomas desagradáveis são uma consequência direta dessa batalha que o seu corpo trava contra um “falso inimigo”.
Sintomas da conjuntivite alérgica
Na conjuntivite alérgica, os sinais clássicos são:
- Coceira intensa nos olhos (o sintoma mais característico)
- Olhos vermelhos
- Lacrimejamento constante
- Sensação de areia ou corpo estranho
- Inchaço nas pálpebras
- Secreção aquosa ou transparente (não purulenta)
É comum que a pessoa apresente ainda outros sintomas alérgicos, como espirros, coriza e coceira no nariz, já que as vias aéreas também são afetadas.
Diferenças cruciais de conjuntivites
Um dos grandes perigos desse período é confundir a conjuntivite alérgica com a viral ou bacteriana. E essa distinção é vital para o tratamento correto.
Para ilustrar melhor essa diferença, preparamos um quadro comparativo:
Característica | Conjuntivite Alérgica | Conjuntivite Viral | Conjuntivite Bacteriana |
Principal Sintoma | Coceira intensa | Ardência e corpo estranho | Secreção abundante e purulenta |
Secreção | Aquosa/transparente | Aquosa/leve a moderada | Espessa, amarelada/esverdeada |
Contagioso? | Não | Altamente contagioso | Altamente contagioso |
Atenção: A automedicação, especialmente com colírios que não foram prescritos para o seu caso, pode mascarar sintomas, agravar o quadro ou causar sérios efeitos colaterais, como o aumento da pressão ocular e catarata.
Tratamento e alívio dos sintomas
O manejo da conjuntivite alérgica envolve um tripé importante: 1) evitar os alérgenos (pólen, poeira, pelos), 2) aliviar os sintomas e 3) tratar a reação.
Medidas de controle ambiental:
- Mantenha as janelas fechadas em dias de vento e alta concentração de pólen.
- Use óculos escuros ao ar livre para criar uma barreira física.
- Lave as mãos e o rosto com frequência.
- Evite coçar os olhos! Esse ato libera mais histamina, piorando a coceira (o “ciclo coceira-coceira”).
Tratamentos para alívio imediato (Sempre com orientação):
Compressas Frias: Aplicar compressas geladas sobre as pálpebras fechadas várias vezes ao dia é uma das formas mais eficazes de reduzir o inchaço e aliviar a coceira.
Lavagem com soro fisiológico: Ajuda a diluir e remover os alérgenos da superfície do olho, proporcionando alívio e higienização.
Tratamento medicamentoso
Em muitos casos, o tratamento pode exigir o uso de medicamentos específicos. Por isso, é tão importante consultar um especialista para o diagnóstico correto e a prescrição mais indicada. A utilização de produtos não indicados pode agravar o problema.
Confira a seguir alguns dos medicamentos que podem ser indicados e suas funções:
Colírios Lubrificantes (“Lágrimas Artificiais”): Auxiliam na lavagem dos alérgenos e hidratam a superfície ocular.
Colírios Antialérgicos (Antihistamínicos e Estabilizadores de Mastócitos): São específicos para bloquear a ação da histamina ou impedir sua liberação. Só um oftalmologista pode indicar o tipo e a frequência corretos.
Em casos mais graves, o médico pode prescrever colírios com corticosteroides, que exigem um rigoroso acompanhamento devido aos potenciais efeitos colaterais.
Não subestime os seus olhos
Apesar de comum, a conjuntivite alérgica não deve ser negligenciada. Quadros recorrentes ou mal tratados podem levar a complicações, como ceratite (inflamação da córnea) e danos à superfície ocular.
No Hospital de Olhos de Cascavel, nossa equipe de oftalmologistas está preparada para oferecer um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado para que você possa aproveitar a primavera com muito mais conforto e saúde visual.
Não deixe a alergia atrapalhar a sua vida. Agende uma consulta e receba o cuidado que os seus olhos merecem.