Não. A cor que identificamos nos olhos das pessoas fica localizada em um músculo denominado íris, que auxilia a pupila quando ela modifica seu tamanho para a entrada de luz. A córnea, por outro lado, é uma camada transparente que fica na frente tanto da íris quanto da pupila. Ela trabalha para auxiliar a focalização de imagens. Quando a córnea doente é retirada para dar espaço para uma saudável, a íris permanece intacta, assim como a cor dos olhos do receptor.

A lista espera por transplante de córneas é coordenada pelo Ministério da Saúde, através da Unidade Regional da Central de Transplantes de Cascavel/PR. São eles que cadastram os pacientes indicados pelos médicos para o transplante, sempre levando em consideração as prioridades clínicas e o tempo de espera do paciente. E é de acordo com a sequência desta lista que as pessoas são escolhidas para o recebimento de córneas.

O doador deve ter entre 4 a 70 anos. O receptor pode ter qualquer idade.

Todo procedimento cirúrgico apresenta chances de complicações. Atualmente, calcula-se que cerca de 20% dos transplantes de córnea sofram rejeição, ou seja, de 10 pessoas que recebem novos olhos, duas podem apresentar alguma reação contrária ao esperado. Essas complicações podem apresentar diversas características diferenciadas, desde doenças como astigmatismo até inflamações, infecções, sangramentos, deslocamentos de retina, entre outros. Ocasionalmente, também pode acontecer da córnea, um ano ou mais após a cirurgia, ser rejeitada pelo corpo tornando-se turva. Nas duas ocasiões, é importante saber que 90% dos casos de rejeição podem ser revertidos, desde que sejam tratados logo que se iniciem os sintomas.

Com certeza. Doenças como miopia, hipermetropia, astigmatismo, catarata, entre outras, não impedem que você seja um doador de olhos. Os problemas que poderiam lhe impedir de doar seus olhos são doenças na córnea, doenças sanguíneas, infecções graves e generalizadas. Em todos os outros casos, não há restrição.

Sem problema nenhum. O Hospital de Olhos de Cascavel está aberto para atender a todos que precisam. E, assim como todos os outros pacientes do Hospital de Olhos de Cascavel, os receptores de outros estados terão que passar por uma consulta oftalmológica para confirmar se são ou não verdadeiros candidatos para o transplante. Se identificado como um receptor, o paciente receberá orientações sobre quais os procedimentos a serem seguidos para a realização do transplante.

A fila de espera para o transplante de córneas segue uma ordem cronológica e é controlada pela Unidade Regional da Central de Transplantes de Cascavel/PR. Uma vez cadastrado, a posição do receptor depende de prioridades clínicas e tempo de espera. Por isso, o transplante pode demorar entre semanas e meses. Se o caso for de emergência, como perfurações ou iminências de perfurações, a cirurgia pode ser feita dentro de um dia.

Existem diversos diagnósticos que podem ser indicados para transplante imediato e todas as situações devem ser identificadas e analisadas por um oftalmologista. Alguns casos que normalmente são priorizados envolvem crianças com menos de sete anos ou casos como herpes simplex, perfuração no olho, descementocele, úlcera de córnea sem resposta ao tratamento, opacidade corneana bilateral, retransplante após falência primária do enxerto, entre outros.

O transplante é indicado quando uma das partes da córnea é afetada por uma doença, um acidente etc. Dentre os casos normalmente indicados para o transplante estão pessoas que sofrem com doenças como ceratocone, distrofias e infecções corneanas, leucomas, edemas de córnea (ceratopatia bolhosa), entre outros. Vítimas de perfurações ou lesões oculares por acidentes como queimaduras também são indicadas.

Embora os resultados de um transplante de córnea sejam normalmente muito satisfatórios, é importante ter a consciência de que após a realização da cirurgia podem levar meses para a visão atingir seu melhor potencial, mas a melhora na maneira de enxergar é percebida semana após semana.